Indicação de Meirelles para Autoridade Olímpica surpreende
A indicação do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles para comandar a Autoridade Pública Olímpica (APO) surpreendeu a cúpula do PCdoB, partido do ministro do Esporte, Orlando Silva. Dirigentes da legenda, que esperava poder escolher um nome para o cargo, souberam da notícia através da imprensa e até agora não foram comunicados oficialmente sobre a suposta decisão da presidente Dilma Rousseff. Mesmo contrariados com a decisão, o partido ainda negocia cargos no segundo escalão do governo federal e, por essa razão, prefere não questionar a indicação do ex-presidente do BC.
"Não quero precipitar nada, estamos ainda em negociação com o governo para o segundo escalão", afirmou Renato Rabelo, presidente do partido. Rabelo admitiu que a perda de poder da legenda no ministério gerou um descontentamento entre os comunistas, mas ressaltou que o partido ainda pode ampliar sua participação no governo Dilma. "Perdeu um espaço, mas pode ganhar outro", sintetizou.
O dirigente disse que a presidente se reuniu com o ministro Orlando Silva na sexta-feira, 28, quando discutiram projetos da APO, mas em nenhum momento o nome de Meirelles foi mencionado. Assim como o ministro, Rabelo soube da notícia através de jornais e blogs. Até agora, o Planalto não desmentiu ou negou a indicação.
Nos bastidores do partido, o nome de Meirelles incomoda porque, além de não ter passado pelo crivo do ministro do Esporte ou do partido, os comunistas nunca aprovaram sua gestão à frente do BC. Além disso, o partido se sente desprestigiado por ter a APO separada da sua pasta. "A APO ficaria na esfera de quem cuida da política de esporte do País. A expectativa era de que ficasse no âmbito do Ministério do Esporte", reclamou um dirigente da sigla.
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