sábado, 19 de fevereiro de 2011

Meirelles será Autoridade Olímpica

Por Luis Fraga
Será "O estilo Dilma" ? Do Ig.
Do IG

Dilma Rousseff confirma Meirelles à frente de Autoridade Olímpica
Ex-presidente do Banco Central chefiará o órgão que gerenciará as obras para as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro

Em audiência no Planalto, a presidente Dilma Rousseff apresentou nesta quinta-feira ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e ao prefeito do Rio, Eduardo Paes, uma proposta de nova medida provisória que criará a Autoridade Pública Olímpica (APO), órgão que gerenciará as obras das Olimpíadas de 2016. O texto, preparado pelo vice-presidente, Michel Temer, e pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, afasta qualquer possibilidade da prefeitura e do governo do Estado terem interlocução direta com o Comitê Olímpico Internacional (COI). 
Cabral e Paes, que resistiam à ideia de um executivo com respaldo internacional no posto, ouviram ainda de Dilma que Meirelles será mesmo o chefe da APO. O governador pleiteava retirar Meirelles, considerado um nome independente no PMDB, para indicar um aliado fiel no cargo. Na conversa, Cabral conseguiu apenas expor a Dilma que Meirelles era da cota pessoal da presidente e não do partido.
Pelo texto, que está em análise na Casa Civil, a prefeitura e o governo do Estado terão espaço na composição do novo órgão, mas a "autoridade olímpica que estará nos holofotes da imprensa nacional e internacional será Meirelles". Passarão por ele projetos de obras tocadas pelo governo estadual e pelo município. Foi descartada a criação de uma estatal, a Brasil 2016, para realizar as obras e operar como um braço executor da APO. A estatal era pleiteada pelo PC do B, do ministro dos Esportes, Orlando Silva. 
Nos últimos dias, interlocutores do Planalto usaram o arquivamento da proposta da Brasil 2016 para conter as reclamações de Cabral e Paes, de perda de espaço político nos Jogos do Rio. O Planalto argumenta que, sem a estatal executora, a prefeitura e o governo estadual tocarão as obras.
Cabral e Paes deixaram o Planalto sem esconder o desapontamento. Em entrevista após a audiência, no entanto, procuraram mostrar afinamento com o governo federal, elogiando a escolha de Meirelles, que terá um salário de R$ 21 mil e poderá preencher cerca de 500 cargos comissionados. Cabral chegou a dizer que a reunião com Dilma foi "extraordinária". "Esse ambiente harmônico vai dar resultado", afirmou. "Vamos fazer os melhores Jogos Olímpicos da história."
O governador evitou ataques à proposta de Temer e Meirelles. "Não há nada a comentar negativamente, pelo contrário, são apenas observações positivas", disse. "O ministro Antonio Palocci (Casa Civil) e a presidente nos apresentaram o conceito da APO, as suas responsabilidades", completou.
Cabral admitiu, na entrevista, que Meirelles teve papel importante no processo de candidatura e escolha do Rio como sede dos Jogos de 2016. "Meirelles é uma pessoa extremamente qualificada para a função", disse. Mais contido que Cabral, o prefeito Eduardo Paes desconversou ao ser questionado sobre o nome do ex-presidente do Banco Central para gerenciar as ações da Olimpíada. "Não se tratou de nomes na reunião", disse. O prefeito afirmou que o texto da nova medida provisória "atende" aos interesses dos três níveis de governo. "Se chegou a um consenso", se limitou a responder.

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Mas esta redundância objetiva a maior visibilidade por parte do leitor.

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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Indicação de Meirelles para Autoridade Olímpica surpreende

Dirigentes do PCdoB, partido do ministro do Esporte Orlando Silva, esperavam poder escolher um nome para o cargo


A indicação do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles para comandar a Autoridade Pública Olímpica (APO) surpreendeu a cúpula do PCdoB, partido do ministro do Esporte, Orlando Silva. Dirigentes da legenda, que esperava poder escolher um nome para o cargo, souberam da notícia através da imprensa e até agora não foram comunicados oficialmente sobre a suposta decisão da presidente Dilma Rousseff. Mesmo contrariados com a decisão, o partido ainda negocia cargos no segundo escalão do governo federal e, por essa razão, prefere não questionar a indicação do ex-presidente do BC.


"Não quero precipitar nada, estamos ainda em negociação com o governo para o segundo escalão", afirmou Renato Rabelo, presidente do partido. Rabelo admitiu que a perda de poder da legenda no ministério gerou um descontentamento entre os comunistas, mas ressaltou que o partido ainda pode ampliar sua participação no governo Dilma. "Perdeu um espaço, mas pode ganhar outro", sintetizou.


O dirigente disse que a presidente se reuniu com o ministro Orlando Silva na sexta-feira, 28, quando discutiram projetos da APO, mas em nenhum momento o nome de Meirelles foi mencionado. Assim como o ministro, Rabelo soube da notícia através de jornais e blogs. Até agora, o Planalto não desmentiu ou negou a indicação.


Nos bastidores do partido, o nome de Meirelles incomoda porque, além de não ter passado pelo crivo do ministro do Esporte ou do partido, os comunistas nunca aprovaram sua gestão à frente do BC. Além disso, o partido se sente desprestigiado por ter a APO separada da sua pasta. "A APO ficaria na esfera de quem cuida da política de esporte do País. A expectativa era de que ficasse no âmbito do Ministério do Esporte", reclamou um dirigente da sigla.